segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Completando o incompletável



'Onde quer que você esteja.

Em Marte ou Eldorado.

Abra a janela e veja.

O pulsar quase mudo.

Abraço de anos-luz.

Que nenhum sol aquece.

E o oco escuro esquece.'

E o silêncio que resplandece.

E o sentido que se esquece.

O leve pulsar do passado.

Dá pra se sentir de qualquer lado.

De Marte ao Eldorado.

Do abraço de anos-luz esgotado.

Que do oco escuro se fizeste.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Re[In]spiração.


Ando na busca de sentido; Nas linhas me embaraço.

Na insaciável tentativa de dizer-te o que jamais foi dito. Gritos dissonantes do passado, transfigurando-se em mundos distantes de onde o sentido escapa.

Desligo-me do grito aflito esporádico, na tentativa de pintar o invisível. Fujo de clichês, busco humanizar o humano escondido no cotidiano.

Convoco as cores, flores e melodias, na tentativa de construir o inesgotável.

A inspiração me parece um relâmpago: num instante surge iluminando tudo ao redor, noutro foge na astuta velocidade da luz. Mais rápido que a velocidade dos meus dedos, mais rápido que a velocidade do meu pensamento.

E nessa corrida desesperada o que resta é o tempo perdido e as cinzas pelo ar, sem letras ou tentativas, Que se põem a vagar.

Calmaria ou turbilhão? Os devaneios não querem escapar.

Frases soltas sempre ecoam. Temas, versos, fatos, unidos na tentativa de pintar retratos cuja tinta insiste em escorrer pelos lados.

A pintora sem tinta ou pinceis, a que tenta escrever e nem ao menos sabe fazê-lo, a contempladora do nada, a jardineira sem jardim. A que perde versos pela eternidade, a vencida pela tecnologia dos códigos binários. A caçadora de devaneios tolos.