quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

The round road.


Dirigia na estrada chuvosa. Chuva aqui, luz ali. Ladeira ali, agora não mais.

Estrada engraçada aquela. Mesmo com tantas subidas, elas se mostravam planas a medida que o topo ficava próximo. Quase não dava pra notar que era uma subida. Como é irônico o plano inclinado da vida. Sempre cobranças pra no final, a velha sensação de vazio e incompletude. Chegar ao final da estrada nem sempre era sinônimo do fim da jornada.

Ampulheta virada, o cronômetro começa a marcar o que a mente faz questão de esquecer: O aprendizado. O velho novo sempre surgia pra aterroriza-la e fazê-la esquecer como havia enfrentado a mesma situação outrora.

Mesma trilha: Angustia, pressa, esforço, satisfação, incompletude. Tudo denovo. angustia, pressa, esforço, satisfação, incompletude.Tudo novo denovo angustia, pressa, esforço, satisfação, incompletude. E mais do mesmo: angustia, pressa, esforço, satisfação, incompletude.

Pausa.

O combustível acabou. Hora do pit stop. E o que o carro pede? Uma boa dose de odwaga. Pra voltar pra estrada chuvosa com chuva aqui e ali, ladeira ali e agora não mais.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Vert et rouge.



Imersa num mar escarlate e verde musgo, percebeu que já era hora de despertar. E respirar, e se lembrar de como é a sensação do vento percorrer sua nuca.

A sensação de trazer sonhos pra realidade. Na verdade não sabia muito bem como era, não há como se lembrar de algo que nunca aconteceu. Mas, na verdade sentia em ímpeto desejo de fazer o que jamais tinha feito, isto é, sentir. Já que vivia privada de tudo.

Sair daquela bolha que representava a inexistência do sentimento. Sair da caixa protetora e permitir-se sentir, deixar de tratar seu coração como algo tão frágil quanto os ossos de vidro. E amar. Amar como se sua vida dependesse disso. Da singela palavra de afago, dos beijos delicados, do encantamento em descobrir incríveis semelhanças.

E compartilhar. O pouco da paz de estar se sentindo liberta das correntes. Trazer um pouco de areia mágica, assim como a do sandman que nos conduz ao mundo dos sonhos. Trazer pro mundo real o que apenas existia no imaginário.