quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Shine of a dead star.



Olhando pro céu, ela viu mais uma vez aquela linda estrela brilhar pra ela. Quanta prepotência achar que o brilho da estrela morta é exclusivamente dela. Mas preferia assim. Só não preferiria saber que as coisas ao redor também podem está mortas e ela nem ao menos se deu ao luxo de notar.

E se o brilho do cotidiano se esvaziasse de sentido e nossa alienada protagonista não reparou? E se tudo que está acontecendo fosse fruto da sua imaginação?

E se o azul pra ela for o branco pra você apenas com o nome trocado? E se o vilão for na verdade mocinho e o mocinho vilão? Se nada ensinado sequer existir? Se não houver nada pós-contemporaneidade? Se tudo acabar pra onde ir? Se tudo parar de se repetir?E se as coisas deixarem de existir se você não pensar nelas? Se, se, se. Doces divagações do mundo das consternações das constelações.

O quão é triste ver seus castelos desmoronando, cristais quebrando, luzes falsas piscando, verdades sendo extintas, luzes deixando de percorrer o universo.

Estava lutando para decompor-se, ou melhor, recompor-se. Sentimentos masoquistas que a afundam num oceano de dúvidas. Estava lutando para recompor o sentimento que a decompõe. O vício era o que restou do que um dia foi divagações.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Completando o incompletável



'Onde quer que você esteja.

Em Marte ou Eldorado.

Abra a janela e veja.

O pulsar quase mudo.

Abraço de anos-luz.

Que nenhum sol aquece.

E o oco escuro esquece.'

E o silêncio que resplandece.

E o sentido que se esquece.

O leve pulsar do passado.

Dá pra se sentir de qualquer lado.

De Marte ao Eldorado.

Do abraço de anos-luz esgotado.

Que do oco escuro se fizeste.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Re[In]spiração.


Ando na busca de sentido; Nas linhas me embaraço.

Na insaciável tentativa de dizer-te o que jamais foi dito. Gritos dissonantes do passado, transfigurando-se em mundos distantes de onde o sentido escapa.

Desligo-me do grito aflito esporádico, na tentativa de pintar o invisível. Fujo de clichês, busco humanizar o humano escondido no cotidiano.

Convoco as cores, flores e melodias, na tentativa de construir o inesgotável.

A inspiração me parece um relâmpago: num instante surge iluminando tudo ao redor, noutro foge na astuta velocidade da luz. Mais rápido que a velocidade dos meus dedos, mais rápido que a velocidade do meu pensamento.

E nessa corrida desesperada o que resta é o tempo perdido e as cinzas pelo ar, sem letras ou tentativas, Que se põem a vagar.

Calmaria ou turbilhão? Os devaneios não querem escapar.

Frases soltas sempre ecoam. Temas, versos, fatos, unidos na tentativa de pintar retratos cuja tinta insiste em escorrer pelos lados.

A pintora sem tinta ou pinceis, a que tenta escrever e nem ao menos sabe fazê-lo, a contempladora do nada, a jardineira sem jardim. A que perde versos pela eternidade, a vencida pela tecnologia dos códigos binários. A caçadora de devaneios tolos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Today.

Imersa mais uma vez no universo das letras, fugindo de tarefas adiáveis que inventei pra passar o tempo. Pois, insistentemente algo grita. A vontade de escrever o indescritível, o impublicável (que publicarei) , aquilo que eu não revelo nem a mim mesma (mas aos poucos acabo revelando).

É triste que existam fatos assim. É triste ter vergonha de si própria, e às vezes parece que vou sangrar na tentativa de cavar poços profundos pra esconder a verdade. A cura de todo mal é se pensar não fosse pecado, sentir não fosse pecado. Omitir não fosse lei.

Será posso fica em paz com meus pensamentos? Hoje me peguei várias vezes fazendo um único lembrete mental: Não seja estúpida. Não seja estúpido você, lembrete. Deixe-me pensar, é a única forma palpável de alcançar o que desejo utópico.

Silencia-se pensamento podador. Que hoje eu quero pensar livremente. Hoje eu quero poder dizer a mim aquilo que em outra ocasião eu expulsaria. Ao menos uma vez quero fazer aqueles planos ridículos e não balançar a cabeça logo após, e não voltar à terra, jamais. Ao menos hoje.

Depois poderei andar a vontade por cidades onde a atmosfera cheira a correntes, onde o ar livre não é tão livre assim, onde olhares são capazes de penetrar mentes. Onde o lado de fora parece está cercado de quatro paredes de um calabouço. Poderei caminhar com o sorriso maroto de quem esta ganhando por ter provado da libertade, mesmo que ontem.