quarta-feira, 25 de agosto de 2010

With arms wide open'



"Welcome to this place
I'll show you everything
With arms wide open
Now everything has changed"
(With Arms Wide Open - Creed)

De olhos bem abertos para acompanhar. Será que eu encontrei a máquina do tempo? Voltando no tempo, estou três anos mais jovem, é como se voltasse ao ensino médio. Ansiedade, expectativas, o mesmo temor pela matemática.
Até pude vislumbrar garotas que só falam em garotos em garotos, mas os olhos delas brilham ao fazê-lo enquanto o professor se esforça para enfiar trigonometria na cabeça de alunos que conversam freneticamente na intenção esperanço que o tempo passe logo e chegue a hora mais esperada do dia: A hora do intervalo.
Olhares curiosos em minha direção: Seria uma aluna nova? Transferida? De onde veio? Tênis, meias, caderno, uniforme. Canetas a postos, o show vai começar.
Pessoas quebram a cabeça numa prova de Biologia e um galho cai lá fora, eles nem imaginam o que isso tem de Biologia. O quanto a natureza ensina mais do que qualquer mestre. Mas tentam, se esforçam coçam as cabeças e olham para o ventilador como se nele encontrassem respostas para a prova. Olham pra mim como se perguntassem: — O que você tanto escreve? —Exercício de trigonometria, respondi já que essa foi a primeira coisa que me veio à cabeça.
Não posso me entregar, eles não podem saber que já passei por tudo isso e na verdade sinto falta. –Até eu mesma estou convencida que consegui voltar no tempo, sinto até o sono que nunca passa, a ansiedade pro sinal tocar, ninguém entenderia, enquanto passa por tudo isso. O tédio da rotina os envolve, como um véu fabricado com um tecido jeans que os impede de enxergar que tudo isso é único.
Enquanto escrevo, ouço gritos abafados de uma sala de aula dos alunos irritados: - Professora, a senhora não seu isso em sala de aula. Eu sorrio. Frase clássica. Eu mesma já usei ela diversas vezes. O que me faz pensar se os alunos são universais... Mas vejo que não, é só observar um pouco mais e fazer um esforço para perceber que, por trás daqueles uniformes iguais, comportamentos semelhantes, moram pessoas, diversas e fascinantes.
Cada uma com sua crença, valores, gostos, interesses. Mas algo é universal naquele ambiente: O brilho no olhar, mesmo que as vezes desbotado pelo cansaço da rotina, pelo sono matinal, sono esse que parece eterno, não passa nem com Coca-Cola.

Um comentário:

Roberta Seabra disse...

Não passa nem com coca-cola mesmo B_B.. enfrento isso todos os dias e com muita luta e não sei do que vs sente saudade na escolaa GSYAUDGYGDAUYAGD \o/.. a única coisa que eu sinto saudade na escola são os amigos só isso .. pq da aula e dos professores e da prisão básica nao sinto nenhum pouco de saudade \o/.. belo texto menina do colégial -ui