quinta-feira, 16 de setembro de 2010

{falta de} Inspiração.


Ando ocupada em demasia, na busca da minha suposta felicidade que talvez não seja o mesmo conceito aristotélico mas uma reinvenção chula com apenas embasamentos, ou quem sabe eu não esteja numa busca por doutrinas de vida que possam reger meu rodo cotidiano. E nessa de teorizar tudo, acabo esquecendo que muitas das vezes eu não me encaixo em teorias e isso acaba por matar toda inspiração, toda essência, toda vontade, talvez por pensar em temas, acabo não tendo-os.

E só em dizer que não quero mais escrever, só de cogitar a morte da proposta inicial desse blog, (de ser apenas tolos devaneios) ponho-me a escrever na tentativa de ressucitar o então quase morto. Sobre isso e outras coisas mais. E talvez essas outras coisas mais seja muito, talvez seja pouco, eu ainda não sei, só sei que tudo me parece meio metalinguístico e soa como se personagens reais surgissem a desenhos animados. Como se a mão do autor surgisse na obra, pra dialogar com ela própria.

Ponho-me a pontuar então sobre a falta de inspiração e a busca de sentido. Leio , e tudo parece meio alheio, as idéias me escapam, o sentido mais ainda, apenas surgem idéias fujonas e egocêntricas que jamais querem ser registradas mas estão lá, são parte de mim mas agem com se assim não quisessem.

Inicialmente é angustiante, o que há comigo, deixando tudo escapar dessa forma? Onde está meu remédio do pensar? Certa vez ouvi dizer que o mundo das idéias é perfeito, mas não é homem, assim, mais uma vez critico minha pseudo-racionalidade e como penalidade ponho-me a não mais teorizar, mesmo que momentaneamente, desde que não seja intencionalmente, creio então que a inspiração fugiu de mim por sentidos concretos, quis moldá-la, domesticá-la, vigiá-la e puni-la por sua existência, quis trazer algo livre para o mundo das prisões, mil perdões. Volte se quiser. Papel em branco, pensamentos fujões, falta de tema, são formas de perdi perdão, mas não mais tentar aprisionar, repito, volte se quiser.

Se me perguntares no que penso ao escrever, eu posso dizer que é no nada e essa é a condição sine qua non para eu discorrer sobre qualquer coisa. Obrigada espírito de seis asas sem pés nem cabeça nem cauda, que não se assemelha a coisa nenhuma e habita a milhões de léguas do Sol, numa estrela. (In: Voltaire, Mêmnon ou a sabedoria humana) Agrdeço por clarear-me as ideias, dizendo que a felicidade não encontra-se na busca de tolos projetos.

E que as idéias continuem no mundo das idéias e que os projetos continuem no mundos dos projetos e as buscas cegas continuem no campo das buscas cegas e viva à aleatoreidade que pode ser causadora da espontaneidade e à inevitavelmente falta de coesão e o medo de olhar pela janela.

Ps: Algumas ideias removidas do estudo do conto Mêmnon ou a sabedoria humana de Voltaire e das aulas de filosofia.

2 comentários:

Felipe Costa disse...

Viva à aleatoriadade e a falta de coesão, que no fim das contas, só deixa a arte mais bela e mais rica em significados. Madrugadas filosóficas tem se tornado uma proveitosa rotina, não é?

Will / Flyer disse...

Curti o teu texto!
É realmente procurar pelas coisas que queremos falar não ajuda em nada

É melhor deixar que as coisas veem aleatoriamente ;]

Belo texto garota!