quinta-feira, 15 de julho de 2010

Febre, música, {cala}frio, violão.
















Esse é meu status. Mas será que alguém compreende? Não quero paracetamol, Vitamina C nem antibióticos, eu só quero sentir, mergulhar nessa sensação nova que invade meu corpo. Nunca confiei em remédios mesmo. Sempre odiei cápsulas, pílulas, vitaminas e afins. Quem me garante que elas tem o efeito real? Eu sei, um cético tentaria me responder essa pergunta: A Química, Medicina, Biologia. Sei disso tudo, mas nesse sentido prefiro ser ignorante, quase uma selvagem mesmo. Leio as bulas, consulto pessoas, leio artigos. Mas nada disso me convence, simplesmente por eu não me deixar convencer, eu só quero sentir... Essa sensação estranha, o frio que mais parece calafrio, essa dor que me impede de falar, cantar, gritar. A proibição do banho gelado, andar na chuva, cantarolar músicas tristes que só ficam boas quando você está prestes a partir suas cordas vocais e a estourar os tímpanos dos ouvintes acidentais. Talvez eu estivesse mesmo na hora de descansar. Quem garante que seja isso? Ninguém. Mas eu quero acreditar nessa teoria criada por mim mesma, que não é universal, claro. Se eu tiver morrendo recorrerei a internamentos, hospitais, remédios, ambulâncias. Não sintam ódio de mim médicos, futuros médicos, pessoas que sentem apreço por mim. Eu só quero sentir, nem que seja só por um dia a emoção de apreciar o fracasso do meu sistema imunológico. Os perdedores tem que aprender a perder. Os vencedores merecem aprender a ganhar. Sendo assim, deixo as coisas seguirem sua ordem natural, quando de repente surge algo que ameaça minha integridade teórica: A cura. Acidental e paliativa, mas da mesma forma cura. Esses acordes bem elaborados que invadem meus ouvidos, aqueles acordes mau elaborados que arranham meu tímpano, arranham mais do que a minha própria garganta. E como por ressonância uma dor substitui outra, eu estou curada! Ou pelo menos esquecida. Eu só quero sentir... A união de acordes perfeitos e imperfeitos, a magia do som. A febre vai embora envergonhada e triste. Como uma pessoa traída, substituída. Sorry... :/
Agora sou uma pessoa de violão no colo, cobertor nas costas, fones de ouvidos no ouvido, mãos geladas com uma dor imaginária que precisa ser superada.

Um comentário:

Felipe Costa disse...

"Sempre odiei cápsulas, pílulas, vitaminas e afins." Depois fica aí me julgando u.u

O que eu posso dizer? Dores imaginárias são TUDO, menos imaginárias. O que você acha que só dói em você às vezes pode ser sentido por outra pessoa. Ou não.
=)